Um sucesso perdido
Uma alma encontrada;
Mais uma a vaguear
Por tudo ou por nada
Aguarelas derramadas
No espelho da memória,
No luto da saudade,
No caminho para a felicidade!
Reencontro-me aqui.
Ou será ali?
Deixo-me guiar
Por quem não se sabe encontrar.
Poema elaborado a pedido do Professor de Português, no âmbito da matéria referente a Fernando Pessoa.
Elaborado pela aluna: Márcia Cardoso
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Retrato da Vida
Do que a vida nos trouxe
Do que a vida nos levou
Ainda deixou
Um doce sorriso!
Os cabelos brancos
Emolduraram nossos rostos
E cada fio desses
É um dos atalhos que percorremos!
Quantas contrariedades, desgostosas
Ruga a ruga
Enfeitaram nossos rostos!
Nós somos o retracto da vida
E nos nossos sorrisos, há uma mensagem,
Parece dizer-me:
-É a tua vez, de seguir viagem!
Poema elaborado a pedido do Professor de Português, no âmbito da matéria referente a Fernando Pessoa.
Elaborado pela aluna: Margarida Caetano
Do que a vida nos levou
Ainda deixou
Um doce sorriso!
Os cabelos brancos
Emolduraram nossos rostos
E cada fio desses
É um dos atalhos que percorremos!
Quantas contrariedades, desgostosas
Ruga a ruga
Enfeitaram nossos rostos!
Nós somos o retracto da vida
E nos nossos sorrisos, há uma mensagem,
Parece dizer-me:
-É a tua vez, de seguir viagem!
Poema elaborado a pedido do Professor de Português, no âmbito da matéria referente a Fernando Pessoa.
Elaborado pela aluna: Margarida Caetano
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Dadaísmo
O dadaísmo foi fundado em 1916, na cidade de Zurique, por um grupo de escritores e artistas plásticos. Caracteriza-se pela crítica cultural, improvisação e pela resposta através da dúvida, pela ironía e pela oposição a qualquer tipo de ironía. É um movimento que realça o absurdo e o não-lógico.
A principal estratégia era denunciar e escandalizar.
Tristan Tzara foi um dos principais impulsionadores do Dadaísmo
Fig. 1 - Kleine Dada Soirée, 1922
Por: Márcia Cardoso
Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dadaismo
A principal estratégia era denunciar e escandalizar.
Tristan Tzara foi um dos principais impulsionadores do Dadaísmo
Fig. 1 - Kleine Dada Soirée, 1922
Por: Márcia Cardoso
Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dadaismo
Futurismo
O Futurismo é uma das facetas do Modernismo que se pode associar à agressividade, ao escândalo e ao agitar da vida moderna que inspira dinamismo, paixão pelas máquinas, pela tecnocracia das cidades industrializadas.
Portugal tomou contacto com o Futurismo por intermédio de intelectuais portugueses que se encontravam em Paris, Mário de Sá-Carneiro e o pintor Guilherme Santa-Rita.
Mais vincadamente, seria através dos poetas que surgiram composições poéticas de cariz futurista, em particular, a "Ode Triunfal" e a "Ode Maritima", de Fernando Pessoa; "Manucure", de Mário de Sá-Carneiro e o "Manifesto Anti-Dantas" de Almada Negreiros.
Fig.1: Auto-retrato de Humberto Boccioni
Por: Margarida Caetano
Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Futurismo
Portugal tomou contacto com o Futurismo por intermédio de intelectuais portugueses que se encontravam em Paris, Mário de Sá-Carneiro e o pintor Guilherme Santa-Rita.
Mais vincadamente, seria através dos poetas que surgiram composições poéticas de cariz futurista, em particular, a "Ode Triunfal" e a "Ode Maritima", de Fernando Pessoa; "Manucure", de Mário de Sá-Carneiro e o "Manifesto Anti-Dantas" de Almada Negreiros.
Fig.1: Auto-retrato de Humberto Boccioni
Por: Margarida Caetano
Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Futurismo
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Título Indefinido
"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, ilábica, um pouco à tona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos. O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir.
E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, aconversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro. Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento. Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante.
Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo. Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente.
Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples,passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula. Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros. Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa.
Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais. Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular. Ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisto a porta abriu-se repentinamente.
Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheramgramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício. Que loucura, meu Deus.
Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-seaproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que, as condições eram estas. Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com umcomplemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história.
Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva".
Redacção feita por uma aluna de Letras, que obteve a vitória num concurso interno promovido pelo professor da cadeira de Gramática Portuguesa.
Algures na internet
E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, aconversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro. Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento. Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante.
Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo. Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente.
Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples,passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula. Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros. Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa.
Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais. Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular. Ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisto a porta abriu-se repentinamente.
Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheramgramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício. Que loucura, meu Deus.
Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-seaproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que, as condições eram estas. Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com umcomplemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história.
Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva".
Redacção feita por uma aluna de Letras, que obteve a vitória num concurso interno promovido pelo professor da cadeira de Gramática Portuguesa.
Algures na internet
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